terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Levantamento mostra vazio patrimonial na Fundação Municipal de Cultura


O prédio histórico que abrigou a Residência Oficial dos prefeitos até a década de 70, e hoje é sede de um órgão da cultura, mostra sinais de total abandono. Este é o diagnóstico feito pela nova gestão da Fundação Municipal de Cultura (Fumcult) durante levantamento patrimonial estrutural das instalações do prédio.
Além de problemas detectados na estrutura do prédio, o sumiço de dez computadores comprados com verba Federal para a implantação de um projeto de inclusão digital (Telecentro), e o fato de 90% dos itens apresentados em relatório de bens não aparecerem na contagem, chamam a atenção. Foram encontrados boletins de ocorrência de roubos registrados nas polícias Civil e Federal pela administração antecessora.
"O vazio material que encontramos aqui impressiona. É como se a cultura houvesse dormido por anos, sem a devida atenção da prefeitura", constatou a diretora presidente, Márcia Corrêa.
Segundo relatos de funcionários, o prédio que abriga a Fumcult nunca passou por reforma, apenas pequenos reparos e pintura. Não há salas suficientes para abrigar todos os setores e as condições estruturais estão deterioradas.
Os servidores se sentem desmotivamos e desvalorizados para trabalhar. "O ambiente de trabalho é importante para o desempenho das pessoas. Não pode ser soturno e com sinais de abandono como o que encontramos aqui", disse Márcia Corrêa.
Há uma biblioteca na instituição, mas poucas pessoas sabem de sua existência. Com instalações tímidas, inseguras e inadequadas, a biblioteca não recebe renovação de acervo, a não ser por raras doações individuais. A mesa principal do ambiente não tem pernas e é amparada por cadeiras.
Toda a memória administrativa da extinta Coordenadoria de Cultura, hoje Fundação, está guardada em um arquivo improvisado, debaixo de uma escada. Há muito papel entulhado em pastas em meio à poeira e mofo. A atual gestão fará um mutirão para organizar os documentos e, em seguida, solicitará a contratação de uma empresa para digitalizar todo o material.
Não existem telefones fixos no prédio, o que atrapalha a comunicação com os outros órgãos, obrigando os funcionários a utilizarem seus telefones pessoais.
O único veículo da Fundação é uma Kombi, deixada em uma oficina da cidade para conserto há três anos, mas sem pagamento. Além dessa dívida, há outras, como o pagamento de uma empresa de dedetização e a última parcela do pagamento de artistas que participaram do “Macapá Verão 2012”. Um total de R$ 165.915,00 em dívidas, que estão sendo auditadas pelo município.
Preocupante também é a situação da Escola de Música Arthur Amilar Brenha, que está com suas atividades paralisadas por mais de quatro anos. O prédio da escola está deteriorado e cheio de fezes e urina de animais, tornando a permanência no local insuportável.
Márcia Corrêa levou até o local uma equipe da Secretaria Municipal de Obras para pedir providências. "Existe um projeto de reforma pronto na Semob. Vamos trabalhar junto ao prefeito Clécio para executá-lo", finaliza a Coordenadora da Fundação.

Por Carolina Pessoa - Asscom Fumcult

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