Com a voz suave,
de um sertanejo simples, só de escutar as músicas de Almir Sater dá vontade de
morar em uma casa simplória, no campo, com fogão a lenha e tudo. Ele mexe com
os nossos corações, faz a gente amara a natureza. De metropolitana viraria até
uma interiorana. Às vezes boa música não precisa de muitos instrumentos. Uma
viola, uma voz firme já faz você rever os seus conceitos.
Para fugir da solidão da cidade grande, o músico buscou amparo na viola, instrumento no qual é especialista (Foto: Divulgação) |
E toda vez que escuto Almir Sater me lembro do meu
querido pai. Só as boas lembranças do meu velho. Lembro de parte da minha adolescência
quando morava em Campo Grande (MS), e ficava tomando tererê e nos feriados ia
pra Aquidauana (interior de MS).
Mas chega de falar da minha vida e vamos voltar a
falar de Almir Sater.
Segue abaixo uma matéria do Diário de Sorocaba
falando da simplicidade desse homem.
Nascido no ano de 1956 em Campo Grande, no Mato
Grosso do Sul, Almir Sater só teve contato com a cidade grande muitos anos
depois, quando, já adulto, foi para o Rio de Janeiro estudar Direito na
Faculdade "Cândido Mendes".Em menos de três anos, descobriu que,
definitivamente não seria advogado. Na solidão que a cidade grande lhe impôs,
descobriu na viola sua grande amiga e companheira, dedicando-se completamente
ao instrumento.
Um dia, por acaso, passando pelo Largo do Machado,
reduto nordestino do Rio de Janeiro, Almir, ao ouvir as duplas regionalistas
que se apresentavam, percebeu o que realmente importava na sua vida; não teve
outra atitude a não ser voltar para Campo Grande.
O contato com a gente da terra favoreceu a pesquisa
de novos ritmos e sons da viola. Almir tornou-se um dos responsáveis pelo
resgate da viola de dez cordas, mais conhecida como viola caipira, base de
criação da música raiz. Suas composições refletem o popular e o erudito de
maneira ímpar, como jamais se ouviu na MPB.
Em 1988, a crítica, na sua unanimidade, escolheu
Almir para participar do Free Jazz Festival, juntamente com grandes nomes da
música mundial. O sucesso foi tamanho que Almir abriu o evento no Rio de
Janeiro no ano seguinte. Daí para Nashville (EUA), onde a música country
impera, foi um passo. A liberdade de ação junto aos músicos americanos foi
rapidamente absorvida, o que resultou no LP "Rasta Bonito", onde se
percebe a mistura de sons sem perder a integridade do instrumentista.
ARTISTA RECONHECIDO - Almir ganhou dois prêmios
Sharp, com as canções "Moura" e "Tocando em Frente",
gravada por Maria Bethânia. Em 1990, seu desempenho na novela
"Pantanal", da Rede Manchete, fez aumentar a publicidade em torno do
já reconhecido músico Almir Sater. O grande sucesso o fez voltar à telinha em
1991, como protagonista da novela "Ana Raio e Zé Trovão".
Em 1996, estrelou com o personagem Pirilampo, ao
lado de Antônio Fagundes, a novela global "O Rei do Gado", convidado
pelo próprio autor, Benedito Rui Barbosa.
Em 2006, Almir Sater lançou o CD "7
Sinais", e fez parte do elenco da novela "Bicho do Mato", na
Record.
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